Uma língua, seja ela qual for, tem a função de permitir a comunicação entre os indivíduos. Essa é sua função primordial. Há uma relação direta e indissolúvel entre sociedade e língua e língua e sociedade, que não permite que se pense em indivíduos vivendo conjuntamente sem o estabelecimento de comunicação entre si e, da mesma forma, não é possível a comunicação sem que haja uma convenção social, o que chamamos de língua.
Língua é um conjunto de convenções sociais historicamente constituídas, que permite que os indivíduos se comuniquem. Somente os seres humanos têm essa capacidade, relacionada talvez com algum dispositivo biológico, que permite que se formule e se entenda um conjunto de sons e a eles se associe um sentido.
A facilidade com que uma criança adquire sua língua materna é algo quase inexplicável, levando em consideração a complexidade de uma língua. Em aproximadamente três anos, adquire-se um conjunto razoavelmente grande de palavras, aliado às regras de uso da língua, as chamadas regras da gramática dos usuários de uma língua, algo que permite que se estruturem frases coesas e coerentes, ou seja, que permite que se diga “O bebê está com fome” em vez de “Fome bebê com está”.
Uma operação que parece simples, mas que possui grande complexidade, mesmo para adultos que tentam adquirir uma segunda língua. Além dessa facilidade na apreensão das estruturas e do léxico (palavras), some-se a elaboração, por parte da criança, de frases nunca ouvidas, demonstrando capacidade criativa e não somente reprodutiva, o que prova que o ser humano possui uma estrutura em seu cérebro que cria e modifica a língua.
Essa capacidade única coloca o homem como espécie central do planeta Terra, permitindo a organização em sociedade e a comunicação, atributos essenciais para o domínio sobre outras espécies e para a manipulação de objetos.
É a linguagem humana que permite a esse ser alterar seu meio e traçar o seu destino, mas, por outro lado, permite também galgar sua própria destruição.
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