sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ativo, passivo ou reflexivo?

No domingo passado, ao tratarmos de casos de voz passiva sintética, houve equívoco na classificação de uma das orações, o que me motivou a tratar, nessa semana, das vozes do verbo.

Na voz ativa, a pessoa a que se refere o verbo é a responsável pela ação. Por exemplo, em: “O goleiro da Argentina agrediu o adversário na área”, o sujeito “o goleiro da Argentina” é quem pratica a agressão contra o adversário. Se para toda ação há uma reação, quem sofrerá as consequências do ato também será ele, que, certamente, receberá um cartão vermelho e terá um pênalti contra seu time.

Quando o verbo está na voz passiva, indica que a pessoa é o objeto ou o paciente da ação verbal. Em “O goleiro da Argentina foi agredido pelo adversário na área”, o sujeito “o goleiro da Argentina”, em lugar de agredir, sofre a agressão. A diferença se evidenciaria, em campo, com falta em favor da Argentina e expulsão do adversário, responsável pela ação (agente da passiva).

O verbo poderia se apresentar também na voz passiva sintética, que se diferencia da passiva analítica pela omissão do agente, com o uso da partícula apassivadora (se). Para o fato acima, teríamos: “Agrediu-se o goleiro da Argentina na área”. Como efeito do uso dessa estrutura, haveria, em campo, apenas a marcação de falta a favor da Argentina, já que houve a omissão do “culpado” da agressão.

Há ainda a voz reflexiva, que indica, por meio da adição de um pronome oblíquo ao verbo (me, te, se), que a ação é realizada e sofrida pelo(s) mesmo(s) ser(es). Para o caso acima, poderíamos ter: “O goleiro da Argentina e o adversário agrediram-se dentro da área”. O resultado da agressão mútua, nessa situação, seria totalmente diferente, com goleiro e adversário sendo expulsos de campo. Isso, obviamente, se o juiz não fosse argentino!

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