quinta-feira, 25 de março de 2010

Nenhuma das vítimas ficou ou ficaram ferida(s)?

Quando tratamos da concordância verbal, poucas são as dúvidas, para os casos de sujeito simples, formado por um único elemento. Se está no singular, o verbo permanece, naturalmente, no singular. Se o sujeito é plural, o verbo vai para o plural. Importante lembrar que tratamos aqui da linguagem escrita formal e não da língua falada em situações informais. O intuito da coluna é expor e discutir as regras gramaticais, muito cobradas em concursos públicos.


As dúvidas se iniciam quando o sujeito vem representado por mais de uma palavra, o que pode confundir o produtor do texto. Por exemplo, se o sujeito tem como núcleo um pronome interrogativo ou indefinido no singular, o verbo ficará no singular, ainda que o complemento desse pronome esteja no plural. Vejamos: “Nenhuma das vítimas ficou ferida no acidente.” ou “Qual de vocês irá me ajudar?”.

Para a regra de concordância com expressões de porcentagem, nem mesmo nas gramáticas há um consenso, contudo, o mais usual na imprensa, recomendado inclusive por Evanildo Bechara, gramático e linguista da Academia Brasileira de Letras, é que o verbo concorde com o termo preposicionado que segue e especifica a referência numérica. Por exemplo: “80% da população do município não sabe em quem votar.” ou “80% dos habitantes não sabem em quem votar.”

Se o sujeito da oração é representado por expressões como “a maioria de”, “a maior parte de”, “grande parte de” e um nome no plural, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural, contudo o verbo no singular é mais usual. “A maioria das pessoas votará (ou votarão) com consciência.”. Grande parte dos políticos age (ou agem) com seriedade.”. Se o nome que precede a expressão estiver no singular, obrigatoriamente, o verbo fica no singular, como em: “A maioria da população vota com consciência.”.

Até a semana que vem.

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