Quando tratamos da concordância verbal, poucas são as dúvidas, para os casos de sujeito simples, formado por um único elemento. Se está no singular, o verbo permanece, naturalmente, no singular. Se o sujeito é plural, o verbo vai para o plural. Importante lembrar que tratamos aqui da linguagem escrita formal e não da língua falada em situações informais. O intuito da coluna é expor e discutir as regras gramaticais, muito cobradas em concursos públicos.
As dúvidas se iniciam quando o sujeito vem representado por mais de uma palavra, o que pode confundir o produtor do texto. Por exemplo, se o sujeito tem como núcleo um pronome interrogativo ou indefinido no singular, o verbo ficará no singular, ainda que o complemento desse pronome esteja no plural. Vejamos: “Nenhuma das vítimas ficou ferida no acidente.” ou “Qual de vocês irá me ajudar?”.
Para a regra de concordância com expressões de porcentagem, nem mesmo nas gramáticas há um consenso, contudo, o mais usual na imprensa, recomendado inclusive por Evanildo Bechara, gramático e linguista da Academia Brasileira de Letras, é que o verbo concorde com o termo preposicionado que segue e especifica a referência numérica. Por exemplo: “80% da população do município não sabe em quem votar.” ou “80% dos habitantes não sabem em quem votar.”
Se o sujeito da oração é representado por expressões como “a maioria de”, “a maior parte de”, “grande parte de” e um nome no plural, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural, contudo o verbo no singular é mais usual. “A maioria das pessoas votará (ou votarão) com consciência.”. Grande parte dos políticos age (ou agem) com seriedade.”. Se o nome que precede a expressão estiver no singular, obrigatoriamente, o verbo fica no singular, como em: “A maioria da população vota com consciência.”.
Até a semana que vem.
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