Na versão impressa, publicada no domingo, lia-se voz ativa em vez de voz passiva analítica. A versão correta segue abaixo:
É muito comum encontrarmos por aí placas do tipo: “vende-se”, “aluga-se”, “compra-se” e “contrata-se”. Seja dito de passagem, a efervescência econômica brasileira, certamente, fará com que esses dizeres sejam ainda mais comuns.
O fato é que, normalmente, os verbos dessas placas sempre aparecem no singular, venham eles acompanhados de termos no singular ou no plural: “Contrata-se pedreiros com experiência”, “Aluga-se quartos”, “compra-se carros usados”. Será que está correto?
O “se”, presente nessas orações, é partícula apassivadora, o que leva a crer que há aí um sujeito que sofre a ação do verbo. Quem sofre a ação de “contratar”, “alugar” e “comprar”? São as palavras “pedreiros”, “quartos” e “carros”. São elas também os sujeitos das orações.
Ainda não está satisfeito? Vamos então “tentar” passar para a voz passiva analítica: “Pedreiros com experiência são contratados”, “Quartos são alugados” e “Carros usados são comprados”. Veja que nada mudou. A ação continua a mesma e o verbo “ser”, nos três casos, está no plural, indicando que, na passiva sintética, os verbos também devem estar no plural: “Contratam-se pedreiros com experiência”, “Alugam-se quartos” e “Compram-se carros usados”.
E como diferenciar casos de passiva sintética dos casos de indeterminação do sujeito, como em “Precisa-se de azulejistas”?
É simples. Nesse caso, a oração não está na voz passiva sintética e, por isso, não é possível passá-la para a voz passiva analítica. Aliás, não existe sujeito que se inicie por preposição. A dica para identificá-las está bem aí: nos casos de indeterminação, em que o verbo fica no singular, há sempre uma preposição após o verbo: “precisa-se de”, “necessita-se de”, “acredita-se em”. Se houver a preposição, o verbo fica no singular e o complemento é objeto indireto.
Na próxima semana voltaremos a tratar do assunto.