quinta-feira, 25 de março de 2010

Por que tantos porquês?

Fui questionado sobre o motivo de tantas formas diferentes de escrita da palavra porquê (por que, por quê, porque, porquê). Na verdade, apesar de todos os porquês apresentarem pronúncia idêntica, cada um deles possui forma diferente, a depender de sua posição e de sua função na oração.

A primeira das funções desempenhadas é a de substantivo. Para sabermos se o porquê a ser usado “escreve-se junto” e com acento, é só guardar uma regrinha simples: basta ele vir acompanhado de um artigo (o(s), um(ns)), um pronome adjetivo (meu(s), esse(s), quanto(s)) ou um numeral, como em: “Não sei o porquê de tanta confusão.” Essa forma é usada também quando usamos metalinguagem, ou seja, quando falamos da própria língua, como nesse texto.

A segunda função desempenhada é a de conjunção causal, explicativa ou final. Lembre-se: o importante é utilizar corretamente as formas. A nomenclatura fica em segundo plano. “Porque” sem acento e “junto” é usado, geralmente, para responder uma questão. É possível substituí-lo por “pois”. Vejamos: “A bolsa caiu porque as exportações diminuíram”.

“Por que” sem acento e “separado” é a junção de preposição (por) e pronome (que) e é usado, geralmente, em perguntas, com significado de “Por qual razão, motivo”. Exemplo: “Por que o trânsito está cada vez mais caótico?”. É usado também em respostas, podendo ser substituído por “pelo qual”, como em: “Não sei por que motivo o trânsito está lento.” Nesse caso, não é possível substituí-lo por “pois”.

“Por quê” acentuado e “separado” é usado no final de orações e significa, como a forma anterior, “por qual motivo” ou “por qual razão”. Vejamos o exemplo: “O dólar caiu novamente? Por quê?” ou “O governador não gostou dos aplausos, por quê?” É isso.

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